São Paulo, domingo, 11 de junho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Neta de militar não casa para ter benefício

CYNARA MENEZES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A jornalista free-lancer Débora O. (não quis se identificar), 36, recebe todo mês, desde os 20 anos, R$ 1.642,00 (valores atuais) como pensão por ser neta de general. Não pretende se casar nunca para não perder o direito.
``Eu posso até ir morar junto com alguém, mas casar jamais", diz Débora. A pensão lhe dá direito ainda ao 13. salário e a todos os aumentos concedidos pelo Executivo ao serviço público.
A irmã dela, também pensionista, já vive com um companheiro há dois anos, teve com ele dois filhos, e não quer legalizar a situação pelo mesmo motivo: a pensão só vale para as filhas solteiras.
Débora e a irmã, cujo pai era filho único, foram adotadas pelo avô para efeito de pensão pouco antes dele morrer, em 1978.
Ela admite ser uma ``privilegiada", mas não vai abrir mão da pensão por causa disso. ``Houve uma época em que eu ficava constrangida. Hoje, não. Não pedi para receber, foram meus pais e meu avô que decidiram".
Sem emprego fixo, Débora também diz achar ``injusto" que só as filhas de militares tenham direito à pensão, que reconhece garantir sua sobrevivência.
``Para mim é bom", diz.
(CM)

Texto Anterior: Trinetos de Tiradentes ganham pensão
Próximo Texto: Policiais não pagam cinema em Brasília
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.