São Paulo, domingo, 11 de junho de 1995![]() |
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Menos organizados perdem
JOSÉ ROBERTO CAMPOS
``Temos repassado aos trabalhadores toda a inflação passada, vamos continuar fazendo isso", estima Magalhães. Para ele, quem consegue defender seu salário hoje continuará conseguindo com a nova política, que, porém, não será indolor. ``Os trabalhadores do Norte, Nordeste e os da agricultura sofrerão, é provável que sua remuneração permaneça fixa", nota. Uma recessão acoplada à inexistência de um patamar mínimo de reajuste para os salários aumentaria a eficácia do combate contra a inflação. Além de domar a demanda, os trabalhadores teriam suas pretensões contidas. ``A proposta faz sentido se realmente houver confiança na queda da inflação e recessão", afirma Edward Amadeo, economista da PUC carioca e até há pouco um dos interlocutores do governo para a nova política salarial. ``A recessão de alguma forma barra o poder de barganha dos sindicatos e reivindicações de aumentos salariais". Silvano Valentino, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), revela preocupação semelhante. O desafio, diz ele, é encontrar o momento oportuno para se desindexar de vez a economia. ``Tomara que não seja preciso uma recessão profunda para tornar a operação viável", reflete. Limpar da economia os reajustes automáticos pela inflação passada, porém, é uma necessidade. ``Na Itália, quando havia este tipo de reajuste, com a escala móvel de salários, a inflação era o dobro da dos demais países europeus", conta Valentino. ``Quando a escala móvel acabou, a inflação caiu de vez". (JRC) Texto Anterior: Desindexar salários é a maior polêmica Próximo Texto: Sem o monopólio Índice |
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