São Paulo, domingo, 11 de junho de 1995
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Banco Central diminui as restrições ao crédito

DA ``AGÊNCIA DINHEIRO VIVO"

O Banco Central desapertou de vez o crédito exatamente uma semana depois da demissão de Pérsio Arida.
Já era esperado um abrandamento da circular 2.562, mas o Banco Central acabou com o compulsório de 60% sobre o que excedesse o volume de captação feito entre os dias 20 e 24 de fevereiro passado.
Na prática, com a circular, o BC congelou o volume disponível para crédito em cerca de R$ 55 bilhões.
Por temerem consequências dolorosas da circular 2.562 sobre a saúde das empresas, os bancos reduziram, por conta própria, a oferta dos empréstimos para R$ 50 bilhões. E os reais sumiram do mercado.
Se a demanda for atendida plenamente, o volume deve subir para a faixa de R$ 60 bilhões. E, para atender a descompressão da procura, os bancos terão de emitir mais CDBs e a juros maiores.
Sem o compulsório, os bancos poderão reduzir as taxas aos tomadores de crédito. Já no dia de vigência da medida o spread entre as pontas de aplicação e captação registrou queda.
Como o BC deu uma guinada radical na política de compulsório, o mercado ficou com a impressão de que ele deslocou abruptamente o eixo de suas prioridades da política monetária para a cambial.
O governo fez na quinta-feira três tentativas para acalmar o mercado de câmbio, turbulento desde que se tornou majoritária a suspeita de que foi deflagrada contagem regressiva para o ajuste cambial.
Foram elas: 1) declaração de Loyola de que a política cambial não muda; 2) vendas pelo Banco do Brasil; e 3) leilão, na segunda-feira, de NTN-D, indexada ao dólar, de seis e 12 meses.
Surtiram apenas tímidos efeitos. A afirmação do presidente indicado do BC foi considerada camuflagem retórica. As intervenções do BB, rotineiras e frágeis. E os títulos cambiais, excessivamente longos, não indicam quase nada. A questão cambial deve persistir pendente por bom tempo.

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