| São Paulo, domingo, 11 de junho de 1995 |
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Latino sem preconceito dançava de graça, fazia performances, cantava covers de Vanila Ice e Stevie B. Fez fama entre "funkeiros, que o adoravam. Era 92, e ele nem pensava em ser descoberto. Música era só um sonho, que ele cultivara na adolescência passada nos Estados Unidos. Dos 13 aos 18 anos, ele viveu em Rochester, cidade próxima a Nova York. Foi para lá quando a mãe, a atriz Regina (fez comerciais e pontas em novelas da Globo), se casou com James Lorback, gerente de uma loja da Kodak em território norte-americano. No começo, o moleque pobre achou que a mudança para outro país era "cool. Lá, percebeu que teria problemas. "Eu não sabia nem dizer `yes', conta. Catador de pepinos A adaptação levou um ano. A filosofia aprendida em casa -"cada um tem que ganhar o seu- continuava valendo na terra do tio Sam. Assim, foi catar pepinos, ganhando 15 "cents por cesta cheia. "Ficava com a mão toda empesteada. Enquanto o inglês era aprimorado numa escola para estrangeiros, ele subia na escala de subemprego. Virou boy, carregador, garçom, mágico e, finalmente, cozinheiro. O padrasto dava uma força, emprestava uma grana. A mãe, não. "Ela é o tipo que, quando dá uma coisa, depois joga na cara. Aos 16, descobriu a música -no caso, funk com sotaque latino de cantores de Miami, Porto Rico etc. Ia a boates e se reunia com amigos para compor funks românticos. "Fazíamos a batida na mão. Em 91, o quarteto embarcou para Porto Rico. "Muitos cantores vinham de lá e faziam sucesso nos EUA. Fizemos o caminho contrário. Não deu certo. Sete meses depois, viajava para Rochester, apenas para arrumar as malas e voltar para o Brasil -por decisão do padrasto. Levava consigo a alcunha de "latin (por misturar português, inglês e espanhol na fala). Aqui, virou Latino. Chegou ao Rio sozinho. Mãe e Texto Anterior: DJ diz que cantor é cria sua Próximo Texto: ritmo mescla funk e música "grudenta" Índice |
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