São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 1995
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Radar é ineficiente contra aviões do narcotráfico

Sensores só detectarão aeronaves acima de 3.000 metros

GUSTAVO KRIEGER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os radares que serão instalados pelo Sivam na Amazônia são pouco eficientes contra o narcotráfico. Os aviões usados pelos traficantes voam abaixo da altitude de detecção dos radares.
O ministro da Aeronáutica, Mauro Gandra, admite que ``os radares que serão implantados na Amazônia são eficientes acima de 3.000 metros de altitude". Os aviões do narcotráfico costumam voar em altitude inferior.
Gandra avalia que o instrumento mais eficiente do Sivam contra os narcotraficantes serão os aviões Brasília da Embraer equipados com sensores, que poderão detectar aeronaves em altitudes invisíveis aos radares.
O problema é que serão apenas seis aviões para patrulhar toda a região. Mas eles não poderão voar em todos os horários.
Gandra diz que ``o combate ao narcotráfico é uma parte periférica do Sivam", embora seja ``um dos pontos mais falados".
O combate ao narcotráfico foi um dos argumentos na negociação dos empréstimos e dos contratos com o governo dos EUA.
Outro problema envolve a ação contra o tráfico a partir das informações reveladas. O ministro da SAE, Ronaldo Sardenberg diz que ``o Sivam não terá poder de polícia. Quem deverá apreender as aeronaves é a PF".
Já Gandra crê que os aviões de traficantes poderiam ser interceptados e até derrubados pela Força Aérea Brasileira.
(GK)

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