São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 1995
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Governo investe contra tabelamento de juros

GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após a vitória na votação da emenda que quebra o monopólio do petróleo, os aliados do presidente Fernando Henrique Cardoso iniciam a semana com uma nova meta na Câmara -derrubar o projeto de lei que tabela os juros em 12% ao ano.
O presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), fez ontem fortes críticas ao projeto. ``Acho isso uma gracinha, coisa totalmente fora de propósito."
O projeto já foi aprovado no Senado. A deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ) conseguiu 310 assinaturas de deputados favoráveis à sua inclusão na pauta de votações da Câmara em regime de urgência.
Luís Eduardo, a quem cabe definir a pauta da Câmara, afirmou que o projeto só será apreciado pelos deputados após a segunda votação da emenda do petróleo, prevista para o dia 21.
Regulamentação
O vice-presidente da República, Marco Maciel, afirmou ontem que a regulamentação das emendas que abrem a economia brasileira a investimentos privados e estrangeiros não vai inviabilizar a votação de novas reformas constitucionais no segundo semestre.
``Os temas não se excluem, eles se complementam", disse Maciel. Na quinta-feira, os líderes do governo na Câmara, Luiz Carlos Santos (PMDB-SP), do PFL, Inocêncio de Oliveira (PE), e do PPR, Francisco Dornelles (RJ), afirmaram que dificilmente a Câmara votará as reformas previstas para o segundo semestre -Previdência, da administração pública e do sistema tributário.
Maciel considera, no entanto, que a reforma previdenciária ``é até mais complexa do que a tributária" e, por isso, pode terminar sendo votada por último.
O líder do governo no Congresso, deputado Germano Rigotto (PMDB-RS), voltou a afirmar ontem que as reformas tributárias e da administração pública devem ser enviadas ao Congresso no início do segundo semestre.
O feriado de Corpus Christi, na próxima quinta-feira, esvaziou a pauta de votações da Câmara e do Senado desta semana. Os líderes só marcaram votações de MPs (medidas provisórias) que não gerem polêmicas.
São seis MPs que tratam de assuntos econômicos. A MP que criou o Real, editada em junho do ano passado, deve ser votada na próxima semana.

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