São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 1995
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Carro também serve de "motel ambulante"

SONIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

Caetano Naszewski,17, mora com os pais em uma cobertura na Avenida Libertador, um dos endereços mais caros na cidade de Buenos Aires.
Desde os 16 anos, dirige um Mazda branco -carro japonês importado- que ganhou de presente dos pais no aniversário.
Ele já se inscreveu na Direção Geral de Trânsito para tirar sua carteira de motorista. ``Sairá mais barato do que pagar as multas ou subornar a polícia", disse ele à Folha.
Caetano diz que começou a dirigir quando tinha 14 anos. ``Até os 16, meu pai me deixava dirigir só aqui em Palermo (bairro onde mora o garoto). Depois, consegui convencê-lo a me deixar ir para todo canto", afirma.
Para obter o sinal verde dos pais, ele teve que prometer que não iria dirigir ``borracho" (bêbado, em espanhol). Reconhece que é uma promessa difícil de se cumprir, mas, pelo menos até agora, garante que conseguiu evitar o pileque.
Mais do que um veículo para se locomover na cidade, Naszewski diz que gosta do carro para transar. Ele é um frequentador assíduo dos estacionamentos do Parque 3 de Fevereiro -imensa área verde localizada em Palermo, uma espécie de Ibirapuera, em São Paulo.
Quem caminha pela manhã no parque sabe que o local se tornou uma espécie de motel ao ar livre. É só contar o número de camisinhas jogadas pelo gramado.
No Mazda de Caetano não faltam nunca camisinha e lenço de papel. Ele disse que somente deu entrevista à Folha porque sabe que sua namorada não lê jornais brasileiros. Ele ainda não transou com ela.

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