São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 1995
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Fraqueza é força da nova arte

IA
DA REDAÇÃO

Se na primeira parte ``O espectador Noturno" dedica-se ao estupor da descoberta, a segunda descreve a sensação do cinema: tanto seus limites, como suas circunstâncias.
Na terceira parte, a relação com o cinema se fixa. A resistência e o encanto dão lugar à consideração sobre o que entrou para o uso.
Pierre Reverdy sustenta que nossa civilização será do cinema. François Mauriac extasia-se diante de Greta Garbo, Scott Fitzgerald escreve um romance sobre o produtor Monroe Stahr.
Paul Valéry, em 1942, antevê o cinema moderno: ``Tenho certeza de que um filme cujo roteiro se resumisse ao que se passa num dia, o menos acidentado, da pessoa menos pitoresca do mundo, mostrando-a viver verdadeiramente, poderia ser experimentado."
É mesquinho limitar as virtudes desse livro às soma de opiniões sábias. Prieur cria um conjunto onde a superposição de impressões leva a recuperar a originalidade e o incômodo suscitados pelo cinema.
Dá limites a esse invento que James Agee chamou de ``radiação cruel do que é": ``O divertimento dos escravos, a fábrica de clichês e de frivolidades abriga uma arte que só existe e só existirá na condição de ser menor. Sua impureza inata (ela toma emprestado a todos os gêneros) é a sua fraqueza, ou melhor, a sua força -para não dizer sua beleza."

Livro: O Espectador Noturno
Autor: Jerôme Prieur
Tradução: Roberto Paulino e Fernanda Borges
Preço: R$ 18,00

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