São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 1995
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CDs traçam evolução do músico

LUÍS ANTÔNIO GIRON
DA REPORTAGEM LOCAL

Ray Charles grava desde 1948. Sua discografia passa a marca de seis dezenas de títulos, a maioria coletâneas supervisionadas pelo autor.
No Brasil, só a gravadora Movieplay lança e mantém no catálogo títulos do músico. Acaba de editar sete CDs (R$ 12,00 cada, em média). A maior parte contém poucos e errôneos dados e a qualidade das matrizes é mediana.
Ainda assim, os títulos traçam a evolução do músico, do estilo ``race" do fim da década de 40 à transfiguração do jazz em pop na de 60.
Merecem atenção ``Genius+Soul=Jazz" e ``Ingredients in a Recipe for Soul", lançados em 1960 e 1963 pela Paramount. Os arranjos do primeiro CD são de Quincy Jones e marcam a ecletização da arte de Charles. Desde então, ele canta com uma big band. O segundo incluiu dois hits: ``Busted" e ``That Lucky Old Sun".
O músico fundiu country, western, blues, rhythm'n'blues e jazz num dos protótipos inaugurais do pop.
Igualmente curiosas são as coletâneas ``Alone in the City" e ``Greatest Country and Western Hits". A primeira traz 23 faixas realizadas em Los Angeles entre 1949 e 1950.
Ray toca com baixo e guitarra. Ali estão algumas de suas primeiras sessões, como ``Kiss Me Baby", em que reza pelo hinário de Nat King Cole.
A coletânea de country e western retira material dos dois LPs ``Modern Sounds in Coutry and Western Music", lançados em 1962 e 1965 pelo selo de jazz ABC-Paramount.
As antologias rejuvenescem Charles em dois anos. Nascido em 1930, é citado falsamente como sendo de 1932.
O melhor de Charles está mesmo nas gravações antigas.

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