São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 1995
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Atentado mata 28 na Colômbia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A explosão de uma bomba matou pelo menos 28 pessoas e deixou 220 feridas na noite de anteontem em Medellín (Colômbia).
O ataque ocorreu um dia depois da prisão do chefe do cartel de Cali, Gilberto Rodriguez Orejuela, mas a polícia por enquanto não fez nenhuma associação entre os fatos.
Medellín sediava o cartel de traficantes sucedido pelo de Cali no controle da venda de cocaína colombiana no mundo.
A explosão ocorreu por volta das 22h40 (0h40 de ontem em Brasília), no parque San Antonio, centro cultural que sediava uma apresentação com cantores colombianos na hora do atentado.
"Quando a bomba explodiu havia mais ou menos 1.500 pessoas na platéia. Foi um grande estrondo e de cara vimos seis mortos perto do palco", afirmou Ramiro Carvajalino, diretor de um dos grupos que se apresentavam.
Segundo ele, se o atentado tivesse ocorrido uma hora antes a tragédia seria maior: havia entre 3.000 e 4.000 pessoas no parque.
As vítimas eram, na maioria, vendedores ambulantes que haviam resolvido ficar para o fim dos shows. A entrada era gratuita.
"Se houvesse mais gente, seria uma tragédia ainda mais terríve"l, afirmou o chefe de polícia de Medellín, general Alfredo Salgado. Nos hospitais da cidade havia, até as 19h30 de ontem, 46 feridos.
A bomba, que as autoridades estimam ter sido feita com dez quilos de dinamite, havia sido colocada embaixo de uma estátua de cobre do escultor colombiano Fernando Botero, o mais famoso do país. A peça, chamada "A "Gorda" ficou parcialmente destruída.
O escultor é pai do ministro da Defesa colombiano, também chamado Fernando Botero.
Ele ofereceu 500 milhões de pesos (cerca de R$ 560 mil) por ajuda para encontrar o terrorista.
Uma pessoa, ainda não-identificada, foi presa nas proximidades do parque.
Ela portava latas com pólvora, mas a polícia disse que precisa de 72 horas para definir se ela tem ou não relação com o atentado (leia texto abaixo).
O presidente colombiano, Ernesto Samper Pizano, disse que o governo usará "todos os meios possíveis" para encontrar os responsáveis pelo atentado.
Medellín, a segunda maior cidade colombiana, com 2,5 milhões de habitantes, não registrava um atentado a bomba desde 1993.
Em dezembro daquele ano, o cartel de tráfico de drogas liderado por Pablo Escobar foi desmantelado com a morte do chefe numa operação policial.

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