São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 1995 |
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`Casamento' é o tema da palestra principal
FERNANDO MOLICA
A palestra ficará a cargo de Adauto Belarmino Alves, 30, militante homossexual que conhece o tema por experiência própria. No dia 29 de abril de 94 Alves, que é funcionário do Iser (Instituto de Estudos Religiosos, uma Organização Não-Governamental do Rio), ``casou-se" com Cláudio Nascimento Silva, 24, técnico de compras de um sindicato, em cerimônia presidida por ex-seminaristas católicos. A união foi formalizada por um ``contrato de sociedade de fato" assinado por ambos e registrado em cartório. O documento formaliza a existência de uma sociedade e dá a seus signatários direitos e deveres semelhantes aos adquiridos em um casamento heterossexual. O contrato prevê a possibilidade de um ser responsável pelo sustento do outro caso, em uma eventual separação, se prove a existência de uma dependência econômica. Entre os deveres dos contratantes estão: fidelidade recíproca, vida em comum no domicílio conjugal e mútua assistência. Segundo Silva, o ``casamento" permitiu a ele e a Alves uma experiência oposta a de vários homossexuais ``que, de modo geral, têm problemas com relações estáveis". A publicidade em torno da união -documentada por rádios, jornais e TVs- acabou, segundo eles, gerando efeitos positivos. Silva diz que o ``casamento" funcionou para a superação de mais uma etapa do que classificam de ``busca de visibilidade" -uma das bandeiras do movimento homossexual brasileiro. ``É preciso dar exemplos positivos para construir uma boa imagem dos homossexuais", afirma. Alves e Silva afirmam que o casamento só teve consequências positivas. ``Gosto mais dele hoje do que antes", diz Alves. (FM) Texto Anterior: Gay é preconceituoso, diz travesti Próximo Texto: ONGs denunciam uso irregular de nomes Índice |
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