São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 1995
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ONGs denunciam uso irregular de nomes

DA REPORTAGEM LOCAL

ROGER MODKOVSK
Três ONGs (Organizações Não-Governamentais) ligadas à prevenção da Aids denunciam que seus nomes estão sendo usados irregularmente pelo ``Disk-Solidaried'Aids".
O ``Disk" funciona pelo sistema ``Disque 900", da Telesp. Dá informações sobre tratamento e prevenção da Aids. A ligação custa R$ 2,80 por minuto.
Os grupos Pela Vidda (Pela Valorização, Integração e Dignidade do Doente de Aids), Gapa (Grupo de Apoio e Prevenção à Aids) e Apta (Associação para Prevenção e Tratamento de Aids) -em decisão tomada no 7º Encontro Nacional de ONGs/Aids, em abril- decidiram discordar do serviço pago.
O ``Disque-Aids", da Secretaria Estadual da Saúde, também presta informações, só que gratuitamente.
O Disk-Solidaried'Aids surgiu de acerto entre o Solidaried'Aids (ou DHS Rio Comunicação & Marketing Ltda.) e quatro ONGs. Só seria assinado contrato depois que o ``Disk" começasse a dar lucro, diz Armando Sérgio de Melo Ferreira, diretor da DHS.
Duas das ONGs -a Apta e o Projeto Criança Aids- desistiram de participar. Mesmo assim, essas entidades continuaram a ser citadas pelo ``Disk".
José Araújo Lima, 38, presidente do GIV (Grupo de Incentivo à Vida), e Valdo Pereira, ou ``Adriana", 39, presidente da Tulipa, resolveram continuar.
Ronaldo Rigoni, 27, coordenador de comunicação do Projeto Criança AIDS, que se retirou do projeto, diz que ``foi enrolado" pela DHS.
Ferreira, diretor da DHS, acusa seu ex-sócio José Roberto Gomes de furtar material do Solidaried'Aids, fazer campanha ilegal e usar o nome das ONGs.
Segundo Denise Branco, mulher de Ferreira, Gomes teria se aproveitado da ausência do sócio, imobilizado por um acidente de carro, para ``tomar conta" da DHS e cometer irregularidades.
Gomes, 36, diz que as acusações são ``irreais". Conta que vendeu adesivos da campanha por conta própria, depois de deixar a empresa, para recuperar o capital perdido na DHS. Não vê irregularidade nisso.

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