São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 1995
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Oliviero Toscani quer provocar a sociedade

ZECA CAMARGO
EDITOR DA ILUSTRADA

``A criação humana é limitada", afirma o fotógrafo Oliviero Toscani. De passagem pelo Brasil para a abertura de uma exposição de seus trabalhos na Fundação Bienal São Paulo, ele disse que criação abstrata, só com Deus.
Ele falou ontem para um grupo de universitários no auditório do Museu de Arte Contemporânea. Os estudantes visitaram sua exposição, aberta hoje para o público e depois participaram de um debate com o fotógrafo.
Em entrevista à Folha, Toscani, que também é diretor de criação publicitária do Grupo Benetton, diz que todo seu trabalho quer fazer com que as pessoas enxerguem a fotografia -e também o mundo- de outra forma.
Quem visitar a exposição com seus enormes painéis pode entender melhor sua intenção. Mesmo desgastadas pelas exposições em campanhas publicitárias da Benetton, as fotos ainda têm impacto -quase uma provocação.
O fotógrafo ficou famoso por usar imagens fortes como uma família chorando pelo filho em estado terminal por causa da AIDS ou um uniforme sangrento da luta em Sarajevo.
Quanto a essa intenção explícita de chocar, Toscani explica: ``Minha provocação não é diferente da provocação da sociedade com relação à minha pessoa".
Toscani prefere não esclarecer se seu trabalho é publicidade ou arte. ``Tudo que gera uma emoção pode ser chamado de arte", diz o fotógrafo.

Exposição: Oliviero Toscani
Onde: Fundação Bienal São Paulo, parque Ibirapuera, Pavilhão da Bienal, tel. 572-8211
Quando: Terça a sexta, das 14h às 21h30; sábado e domingo, das 10h às 21h30; até 9 de julho
Preço: R$ 3 e R$ 5

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