São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Saiba quem foi Lampião

RICARDO CALIL
DA REDAÇÃO

Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, carregou uma frustração por sua vida: nunca conseguiu assassinar Saturnino, o homem que mandou uma volante (Exército) matar seu pai.
Nascido em Serra Talhada (PE) em 1897, terceiro de uma família pobre de nove filhos, Virgulino entrou para o cangaço aos 19 anos, no grupo do sr. Pereira.
Nesse bando, ganhou o codinome Lampião, ao iluminar a escuridão com uma rajada de tiros quando os cangaceiros procuravam um maço de cigarro perdido.
Em 1921, ele formou seu próprio grupo. No começo, matava os poderosos e distribuía o dinheiro dos saques aos pobres. Aos poucos, porém, abandonou essa prática e fez conluios com coronéis.
Em 1927, o padre Cícero convocou o bando de Lampião para lutar contra o movimento comandado por Luís Carlos Prestes -a favor da democracia e contra o governo Vargas- em troca da anistia a seus crimes.
Com a recusa do governo em conceder a anistia, o grupo fugiu com as armas cedidas por padre Cícero, tornando-se o mais temido bando entre os 46 que atuavam à época. Aglutinou diversos grupos menores sob seu comando, que se estendeu por até 300 cangaceiros.
Depois de conhecer Maria Bonita, Lampião decidiu criar uma comunidade perto de Santa Brígida (BA) para aproximar casais e convencer o bando a aceitar mulheres. Com o aumento de seu poder, Lampião comprou fazendas, subdividiu seu grupo e criou um quartel em Angico (SE), onde se estabeleceu como traficante de armas. Lá, foi morto à traição por outro traficante em 1938.
As cabeças de Lampião e seus cangaceiros foram cortadas e exibidas pelo Nordeste. Maria Bonita, além de ter a cabeça decepada, foi empalada.

Texto Anterior: Filmes reconstituem paixão e moda agreste
Próximo Texto: Uma rota longa demais
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.