São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 1995
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Colômbia prende suspeitos de bomba

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo colombiano prendeu ontem dois suspeitos pelo atentado a bomba em um parque no centro de Medellín, ocorrido na noite de sábado. Ontem, o número de mortos subiu para 30.
Apenas um, Johnny Ospina, de 17 anos, foi identificado. O diretor da polícia secreta da Colômbia, Ramiro Bejarano, não quis dizer quais as possíveis ligações dos suspeitos com o crime.
Na noite do atentado, uma pessoa havia sido detida com pólvora perto do local do atentado.
Há confusão sobre a autoria do ataque. Na noite de anteontem, foi lido em uma rede de TV um comunicado assumindo o atentado assinado por três grupos guerrilheiros de extrema esquerda, que combatem o governo.
O comunicado era assinado pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, principal grupo em atividade no país), pelo Exército de Libertação Nacional e pelo Exército Popular de Libertação. Em outras notas, porém, as Farc mantiveram sua afirmação, mas os outros dois grupos negaram.
O presidente Ernesto Samper negocia com a guerrilha comunista o fim dos conflitos com o governo, que já duram 31 anos.
A polícia suspeita que o atentado possa ter sido cometido pelas Farc sozinhas, uma vez que a bomba foi colocada sob uma estátua feita pelo pai do ministro da Defesa da Colômbia, Fernando Botero, ou por uma associação entre guerrilheiros e narcotraficantes.
Medellín sediou o cartel de tráfico que comandou a venda de cocaína na década de 80 que foi desmantelado com a morte de seu líder, Pablo Escobar, em uma ação em dezembro de 1993.
O cartel foi sucedido pelo de Cali, cujo líder, Gilberto Rodriguez Orejuela, foi preso no dia anterior ao atentado em Medellín.
Agora, a polícia estuda uma conexão entre os dois eventos.
Ao todo, 220 pessoas ficaram feridas no atentado. A bomba explodiu sob uma estátua na frente do centro cultural durante show que reunia 1.500 pessoas.
"Nosso povo não quer a volta da violência", afirmou o prefeito de Medellín, Sergio Naranjo. A cidade não registrava um atentado a bomba desde 1993.
Ele disse que o governo mantém a recompensa de 500 milhões de pesos (cerca de R$ 560 mil) para quem ajudar a encontrar os responsáveis.

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