São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 1995
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Só mínimo terá regra de correção, diz FHC

MARTA SALOMON; GABRIELA WOLTHERS; WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso descartou qualquer mecanismo de reajuste automático para os salários mais baixos e disse que apenas o salário mínimo ficará excluído das regras da livre negociação.
O presidente previu ontem que a inflação deste ano será reduzida em cerca de 10 pontos percentuais até o final de 1996.
Segundo a estimativa feita por FHC durante almoço com deputados do PSDB, a inflação de 1995 será de 25% e a do ano que vem deverá ficar em torno de 15%. É a primeira vez que o presidente faz previsões sobre inflação.
A nova queda da inflação seria consequência da segunda fase do Plano Real, que prevê a desindexação dos salários.
``A indexação só será mantida para o salário mínimo", relatou o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP).
``O presidente disse que temos de nos libertar da indexação para caminharmos sem inflação."
FHC não chegou a detalhar como seria a forma utilizada para fazer com que o mínimo fosse corrigido acima dos preços. ``Ele só lembrou que é um compromisso de campanha promover ganho real para o mínimo", disse.
Além do salário mínimo, apenas as aposentadorias e os vencimentos do funcionalismo público escaparão da livre negociação.
FHC comentou que gostaria de garantir aumentos reais para o salário mínimo, mas não disse como. A desindexação da economia será tema de novo encontro do presidente com a bancada de seu partido antes do envio da MP ao Congresso, no final do mês.
Assim que a proposta do governo estiver fechada, FHC deverá intensificar os contatos com os parlamentares. O governo quer evitar que o Congresso altere as regras da desindexação.
A inédita previsão de FHC para o comportamento da inflação ocorreu no momento em que o presidente avaliava para os deputados tucanos o recente acordo sobre o financiamento à agricultura.
O presidente insistiu que o acordo deve ser defendido pelos parlamentares do PSDB como um dos principais trunfos do governo FHC.
(Colaborou William França, da Sucursal de Brasília).

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