São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 1995
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FHC quer mudar Previdência neste ano

MARTA SALOMON; GABRIELA WOLTHERS; WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, insiste que a reforma no sistema de aposentadorias é urgente e não deve ser protelada no Congresso, como defende uma parcela dos aliados políticos do governo.
A proposta do governo de reforma na Previdência Social foi enviada ao Congresso em março, mas teve o debate suspenso para não atrapalhar a votação das emendas constitucionais que abrem a economia a investimentos privados e externos.
Essas emendas referem-se às quebras dos monopólios estatais do petróleo, das telecomunicações e da distribuição do gás canalizado, à abertura da navegação entre portos brasileiros a empresas estrangeiras e ao fim dos privilégios das empresas de capital nacional em negócios com o Estado.
Ontem, durante almoço com deputados do PSDB, FHC cobrou o apoio do seu partido à mudança imediata na Previdência.
O presidente destacou os problemas que a União enfrenta para pagar os funcionários públicos aposentados, cuja média de vencimentos é bem superior à dos servidores da ativa.
``Ele foi enfático", relatou o vice-líder do PSDB, deputado Arthur Virgílio (AM). A orientação de FHC contraria a expectativa de grande parte da base parlamentar governista, que prefere adiar a reforma da Previdência para 1996.
O presidente não fixou prazo para o Congresso concluir as votações do novo sistema previdenciário. ``Ninguém vai fazer esta reforma no atropelo, mesmo porque assim não se consegue fazer nada", explicou o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP).
Antes de criar uma comissão especial de deputados para analisar a proposta de alteração constitucional -que prevê o fim da aposentadoria por tempo de serviço- haverá um grande debate com a sociedade, segundo um acordo firmado por líderes de partidos.
A proposta é iniciar, na primeira semana de agosto, a realização de pelo menos cinco seminários técnicos para discutir a questão da Previdência no Brasil. Essa proposta teria apoio do presidente da Câmara, deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA).
``Nesses seminários seriam discutidos todos os aspectos técnicos da reforma, com base em dados e estudos. A questão política seria depois administrada por duas comissões temáticas", explicou Aníbal.
(Marta Salomon, Gabriela Wolthers e William França)

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