São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 1995
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Campanha de prevenção à Aids terá público masculino como alvo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os homens, sejam eles heterossexuais, bissexuais ou homossexuais, são o alvo das próximas campanhas de prevenção à Aids que o Ministério da Saúde começa a veicular no mês que vem.
Pesquisas do governo revelam que o público masculino é o que mais resiste em mudar seus hábitos sexuais e que não está usando tanto o preservativo quanto deveria. A camisinha é o método mais eficiente de prevenção a doença.
Aqueles que ganham até quatro salários mínimos são outro alvo que o governo pretende atingir. A população pobre, sem educação, é hoje a maior vítima da Aids.
No início, a doença atingia principalmente aqueles com bom poder aquisitivo. Mas essa camada social passou a ter acesso a informações sobre a doença, aprendendo como evitá-la.
``A mudança dos hábitos sexuais ainda está na intenção" da população masculina, disse Lair Guerra de Macedo, coordenadora do Programa de Aids e Doenças Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde.
As mulheres, segundo a coordenadora, estão mudando mais rapidamente seus hábitos sexuais: exigem o uso da camisinha e têm procurado limitar número de parceiros.
A próxima campanha do governo, segundo Lair, será a mais ``direta e objetiva" já realizada. Ela não adiantou nenhum detalhe. ``Falar disso agora poderá esvaziar a campanha", afirmou.
O governo pretende usar o rádio, a televisão e todo o tipo de mídia alternativa, como gibis sobre a Aids. O dinheiro reservado para as campanhas de prevenção até o final do ano chega a R$ 6 milhões.
Lair disse que a crise na área de saúde vai refletir nas estatísticas futuras sobre Aids no Brasil. O orçamento total do programa de Aids do governo é de R$ 145 milhões para este ano.

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