São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 1995
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Defesa pede expulsão de sequestradores

PAULO SILVA PINTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A defesa dos condenados pelo sequestro do empresário Abílio Diniz, em 1989, quer a expulsão dos nove estrangeiros do grupo e rejeita a possibilidade de transferência dos presos para prisões de seus países.
Se transferidos, os presos têm de cumprir a pena integral. Sendo expulsos, voltam em liberdade.
Cada sequestrador foi condenado a 28 anos de prisão.
A cineasta chilena Margarita Marchi pede hoje ao chefe-de-gabinete do Ministério da Justiça, José Gregori, a expulsão pelo governo brasileiro da irmã Maria Emília, uma das condenadas.
Ela vai ser acompanhada pelo deputado Nilmário Miranda (PT-MG), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, que pediu a audiência.
``Maria Emília está muito tensa depois de seis anos de prisão. Sofre de uma doença respiratória devido às torturas a que foi submetida pela polícia brasileira e pela ditadura no Chile", disse. Ela esteve ontem com a irmã, na Penitenciária Feminina de São Paulo.
``O presidente da República pode expulsar estrangeiros a qualquer momento, independentemente de eles estarem condenados", diz um dos advogados do grupo, Marco Antonio Nahum.
A família e os amigos de Maria Emília -e dos outros quatro sequestradores chilenos- têm mandado cartas ao governo brasileiro pedindo que seja feito com ela o mesmo que o Chile fez com a brasileira Tânia Cordeiro. Acusada de pertencer a um grupo terrorista, ela foi expulsa do Chile.
Para outro advogado do grupo, Antônio Almeida Castro, é melhor permanecer preso no Brasil, caso não haja expulsão imediata.
A expulsão é uma das estratégias da defesa. A outra é um recurso no STF (Supremo Tribunal Federal), pedindo que o crime seja considerado político, o que anularia os julgamentos anteriores.
O recurso deveria ter sido julgado hoje, mas ficou para a próxima semana.

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