São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 1995
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Custo nas "teles" sobe 15,35% no Real

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As sete maiores subsidiárias do Sistema Telebrás tiveram aumento de custos de 15,35% acumulado de 1º de julho do ano passado até o final de maio deste ano.
Este índice deve servir de parâmetro para o realinhamento das tarifas telefônicas após um ano de implantação do Plano Real.
Na ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) está sendo preparado um estudo que vai mostrar a defasagem dos serviços postais em comparação com os países da América Latina e da Europa.
A variação do IPC-r (Índice de Preços ao Consumidor em real) de julho de 94 até maio deste ano foi de 32,88%.
A decisão de repassar os custos acumulados durante os 12 meses do real será política e vai depender da incidência sobre o cálculo da inflação principalmente nos meses de junho, julho e agosto, segundo apurou a Folha.
Até 84% menos
Um selo comum para entrega de carta simples dentro do Brasil tem preço 84% mais baixo do que o praticado no interior da Argentina, conforme estudos da ECT.
No Brasil, um selo é também 69% mais barato do que a tarifa de postagem internacional de Portugal, por exemplo.
A ECT ainda não tem um índice fechado para apresentar ao governo para o realinhamento das tarifas. A orientação do presidente Fernando Henrique Cardoso é que as tarifas federais não tenham reajuste este ano.
Através de decreto, Fernando Henrique determinou que as estatais tenham redução de 10% nos seus custos e aumentem a produtividade para evitar a alta das tarifas públicas federais.
O cálculo do custo acumulado durante o real nas empresas telefônicas de São Paulo, Ceará, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Distrito Federal e Amazonas foi feito pela Fundação Getúlio Vargas.
Os itens que mais pesaram no aumento dos custos foram salários, materiais (cabos telefônicos, de circuito, fios etc.) e serviços prestados por terceiros.
Alternativas
O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, José Milton Dallari, já admitiu que os setores onde existe mais pressão para reajustes são telecomunicações, energia elétrica e combustíveis.
As planilhas de custos das estatais serão encaminhadas ao Ministério da Fazenda, que vai autorizar ou não os reajustes. O estudo da ECT vai sugerir o aumento das tarifas, conforme apurou a Folha.
Uma das alternativas da equipe econômica para evitar o reflexo do acúmulo do reajuste de tarifas federais sobre a inflação pode ser o escalonamento por estatal.
As tarifas que pesarem mais sobre o cálculo da inflação devem ser as últimas a terem aumento autorizado.

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