São Paulo, domingo, 18 de junho de 1995
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Exército bósnios ataca `capital' dos sérvios

DO ENVIADO ESPECIAL

O Exército da Bósnia atacou ontem Pale, a "capital" dos rebeldes sérvios, pela primeira vez desde 1992.
Duas bombas atingiram a cidade por volta das 12h (7h em Brasília), pouco antes do casamento de Sonja Karadzic, filha e assessora do líder sérvio Radovan Karadzic.
O enviado especial da ONU à ex-Iugoslávia, Yasushi Akashi, manifestou pessismismo em relação às chances de um cessar-fogo na Bósnia.
Tropas do governo bósnio prosseguiram ontem a ofensiva pelo controle de estradas estratégicas perto de Sarajevo para aliviar o cerco da cidade, imposto há três anos pelos sérvios.
A manhã de ontem foi mais calma em Sarajevo, se comparada às 48 horas anteriores, quando pelo menos 20 pessoas morreram em bombardeios e combates.
Tiros e explosões de bombas foram ouvidos ao norte da cidade, mas a intensidade dos combates foi menor.
Ontem à tarde, em Belgrado, o Partido Radical Sérvio (SRS), de extrema direita, realizou manifestação pedindo a derrubada do "regime traidor" do presidente sérvio, Slobodan Milosevic.
Participaram cerca de 2.000 pessoas. O governo tentou esvaziá-la, mantendo na prisão o líder do partido, Vojislav Seselj.
Ele e seu braço direito, Tomislav Nikolic, foram presos após distúrbios em uma manifestação não-autorizada pela polícia, no último dia 3, em Gnjilane (sul).
Os dois foram condenados, na quarta-feira passada, a dois meses de prisão. O SRS denunciou "terror judiciário" de Milosevic.
Seselj, 41, prega a criação de uma "Grande Sérvia", que reuniria, além de Sérvia e Montenegro, as regiões habitadas por sérvios na Bósnia e na Croácia. Ele acusa Milosevic de trair a causa sérvia ao romper com os rebeldes sérvios nesses dois países.
O líder extremista é o segundo político mais popular do país, atrás apenas de Milosevic, segundo pesquisa publicada na semana passada pelo jornal "Novosti".

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