São Paulo, quarta-feira, 21 de junho de 1995 |
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Movimento procura desaparecidos
PAULO PEIXOTO
O movimento existe desde abril e promove campanhas de divulgação para tentar localizar pessoas que desapareceram. A idéia surgiu a partir de um levantamento das ocorrências registradas na Delegacia de Captura e Pessoas Desaparecidas da capital mineira. Em 13 meses, foram registrados 900 desaparecimentos. O levantamento dos dados foi ``assustador", segundo a coordenadora do movimento, Cleide Lima, 32. ``Foi a partir desses dados que decidimos criar o SOS, para ajudar as famílias dos desaparecidos a encontrá-los", disse Lima. As razões que levam as pessoas a desaparecer, segundo o levantamento, são maus tratos, busca de emprego e deficiência mental. Lima disse que os dados colhidos referem-se apenas aos casos ``não-solucionados" pela polícia. ``Nesse mesmo período, os casos solucionados são cerca de 30", afirmou. Apesar disso, ela disse que muitos desaparecidos foram encontrados pelas famílias, mas a polícia não foi comunicada. ``Constatamos isso quando ligamos para algumas famílias", disse. Desde a criação do movimento, três casos já foram solucionados, um deles a partir das campanhas públicas feitas duas vezes por mês no centro da cidade. Nessas campanhas, os parentes erguem cartazes com fotos dos desaparecidos e distribuem panfletos com as fotos e telefones para contato. Maria do Carmo Pereira, 27, descobriu que sua mãe morreu atropelada no dia 12 de fevereiro e foi enterrada como indigente. A descoberta ocorreu depois que o motorista que socorreu Solidade Vieira da Silva, mãe de Maria do Carmo, passava pela praça Sete, onde os parentes dos desaparecidos exibiam os cartazes. A colunista Barbara Gancia que escreve às quartas e sextas nesse espaço, está de férias Texto Anterior: PM invade cadeia de Santo André pela terceira vez e busca revólver Próximo Texto: Embalagem pode ter anúncio Índice |
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