São Paulo, quarta-feira, 21 de junho de 1995
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Líder sérvio da Bósnia cria lei seca na região

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O líder dos sérvios da Bósnia, Radovan Karadzic, ordenou que todos os bares da região sob controle sérvio fechem por pelo menos um mês. O objetivo é impedir que os soldados bebam e facilitem que os bósnios rompam o cerco a Sarajevo.
Os sérvios mantêm a resistência contra a ofensiva bósnia dos últimos dias. Ontem, houve novos combates em Sarajevo, sem vítimas registradas. Os soldados da ONU destruíram um tanque sérvio que havia lançado 15 mísseis sobre um posto francês.
Mais tarde, os sérvios lançaram novo ataque contra um posto de observadores no cemitério judaico de Sarajevo. Os soldados da ONU responderam com disparos de canhão. O fogo cruzado em Sarajevo, reiniciado durante a tarde, se espalhou pelas montanhas.
O mediador indicado pela União Européia, o sueco Carl Bildt, chegou a Mostar (sul da Bósnia) e se reuniu com representantes do governo bósnio e da ONU.
Bildt descartou uma eventual visita a Pale, "capital" dos sérvios da Bósnia, e a Sarajevo. É a primeira vez que o recém-nomeado mediador vai à região.
Mais quatro comboios que transportavam mantimentos para Sarajevo foram impedidos de chegar à cidade. Eles foram bloqueados pelo próprio Exército bósnio, a 40 km de seu destino. Dois comboios abasteceriam populações muçulmanas e outros dois iriam a regiões sérvias.
Os comboios devem tentar novamente chegar à cidade hoje, quando deverão ter ajuda sérvia.
Em Nova York, o secretário-geral da ONU, Boutros Boutros-Ghali, admitiu que fracassou a missão da ONU na Bósnia. Ele defendeu, na Associação de Política Exterior, que a ONU continue mantendo missões de paz.

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