São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 1995
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Indústria têxtil pede a Malan adoção de cotas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Empresários do setor têxtil reivindicaram ontem ao ministro Pedro Malan (Fazenda) a adoção de medidas de restrição às importações de produtos têxteis, que já são defendidas pela ministra Dorothéa Werneck (Indústria, Comércio e Turismo).
Eles apresentaram dados mostrando o avanço destas importações, que em 94 -pela primeira vez- ficaram acima das exportações (cerca de US$ 146 milhões).
O presidente do Grupo Vicunha, Jacks Rabinovich, disse que o governo deve criar mecanismos para inibir a entrada de produtos têxteis oriundos, principalmente, dos países asiáticos -que dão incentivos aos produtores locais, permitindo uma redução artificial dos preços.
Este tipo de medida -chamada de direito específico- já existe na Argentina, um dos parceiros do Brasil no Mercosul.
O direito específico é um mecanismo que permite ao governo uma taxação extra nas importações de mercadorias com preços subfaturados (abaixo do valor real).
Por exemplo, se uma blusa entra no país por US$ 2, mas no mercado internacional vale US$ 10, o Imposto de Importação seria cobrado sobre US$ 10.
Segundo Rabinovich, se estes mecanismos não surtirem efeito, o governo deve adotar cotas que reduzam a importação de têxteis.
Ele disse que, no caso dos tecidos artificiais sintéticos, já estão comprovados os prejuízos ao setor, uma vez que as importações destas mercadorias atingem 50% da produção nacional.
Argentina
Está prevista para os dias 26 a 30 deste mês uma negociação entre representantes dos governos brasileiro e argentino sobre cotas de importação para o setor têxtil, em Buenos Aires.

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