São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Associação deve ser readmitida na ONU

FM
DA SUCURSAL DO RIO

Representante da Ilga junto à ONU (Organização das Nações Unidas), o advogado canadense Douglas Sanders, 57, afirmou que até o final desta semana a entidade expulsará de seus quadros o grupo gay alemão que tem integrantes adeptos da pedofilia.
O fato desse grupo alemão, o VSG, ser filiado à Ilga fez com que a entidade fosse suspensa, em caráter temporário, da função de consultora do Conselho Econômico e Social da ONU.
Pressões da delegação norte-americana na ONU fizeram com que, entre 93 e 94, a Ilga expulsasse de seus quadros três entidades pró-pedofilia (que propagavam o amor entre adultos e crianças).
Em entrevista à Folha, Sanders afirmou que, com a expulsão do VSG, a Ilga deverá ser readmitida na ONU até o próximo mês. A suspensão da entidade ocorreu em setembro passado.
A Ilga foi admitida na ONU em julho de 93 com votos favoráveis de, entre outros, Brasil, Cuba, Estados Unidos e Itália.
Sanders, que hoje irá falar na conferência da Ilga sobre o trabalho desenvolvido na ONU, se disse surpreso com a velocidade com que o movimento homossexual vem obtendo algumas de suas conquistas.
``As mudanças estão vindo mais rapidamente do que eu esperava", afirmou.
Entre as razões de seu otimismo ele citou o surgimento de grupos gays mesmo em países que reprimem o homossexualismo.
Ressaltou também algumas conquistas de caráter institucional, como a inclusão, na Constituição da África do Sul, de artigo que proíbe discriminação por ``orientação sexual".
Citou também que a Justiça canadense reconheceu, no mês passado, direitos iguais para gays e lésbicas.
Entre os objetivos a serem conquistados, Sanders ressaltou a importância da realização, pela ONU, de um estudo que nivele a questão homossexual às outras demandas relacionadas com o respeito aos direitos humanos.
A partir desse estudo e desse reconhecimento é que Sanders avalia ser possível reivindicar que a ONU dedique um determinado ano à causa de gays e lésbicas (a exemplo dos anos internacionais da criança e da mulher).
``Temos de agir com calma. A ONU se move muito lentamente", afirmou.

Texto Anterior: Lésbicas e gays cobram maior apoio de bissexuais
Próximo Texto: Travesti lança dicionário
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.