São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 1995
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Mulheres ganham mais espaço na cena rock

EVA JOORY
DA REPORTAGEM LOCAL

O rock feminino nunca esteve tão em evidência. Poucas mulheres conseguiram projeção no universo masculino do rock'n'roll.
A explosão que começou nos anos 90 trouxe à tona mulheres mais agressivas usando sua sexualidade de forma mais explícita.
Courtney Love é uma delas. Com sua banda Hole, Love faz parte do movimento das riot grrrrls -bandas formadas por mulheres- que cresceram durante a explosão punk e adeptas da facção radical do rock; guitarras pesadas, letras nada românticas e vocais estridentes.
Junto com Hole, no mesmo barco, estão as bandas Babes in Toylnad e L7, principalmente.
A aceitação de mulheres menos comportadas começou nos anos 60, com a acensão de Marianne Faithfull, conhecida na época como a namorada barra-pesada de Mick Jagger, pelo seu envolvimento com drogas.
Até então, o papel das mulheres no rock ficava restrito aos poucos hits água-com-acúcar das garotas da época: Sandie Shaw, Lulu e Dusty Springfiled.
Uma tímida reviravolta teve início nos anos 70. A era das leather girls (garotas vestidas com roupas de couro) levou ao topo o hard rock da cantora Suzy Quatro e da banda The Runaways.
O aparecimento de Chrissie Hynde, vocalista da banda inglesa Pretenders, em 1980, mudou o panorama. Hynde foi roqueira por excelência.
Sua agressividade, tanto na sua postura pessoal quanto nas letras de suas músicas, injetou vitalidade no movimento feminino.
Os anos 90 decretaram o fim das mulheres pin-ups, cuja beleza era o único atrativo. Hoje, cantoras e bandas como P.J. Harvey, L7, Hole e Babes in Toyland fazem rock feminista. Suas composições falam de aborto, menstruação e amores indefinidos. Elas são as porta-bandeiras de uma geração de garotas que até então só ouvia ecoar sua revolta nos homens.

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