São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 1995
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Rússia ameaça atacar a Tchetchênia de novo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Rússia ameaçou ontem retomar a ofensiva na república separatista da Tchetchênia, se os líderes rebeldes que atacaram a cidade de Budennovsk não se rendam.
O general Anatoli Kulikov, comandante das forças russas que desde dezembro agem em território tchetcheno, havia suspendido os ataques nesta semana, como parte de um acordo para libertar os reféns em Budennovsk.
Por enquanto, as negociações pela paz na região estão acontecendo na capital tchetchena, Grozni, semidestruída pelos ataques russos e ocupada desde maio.
"O governo russo quer os responsáveis por tal ato de terrorismo. Se isso não ocorrer, nós nos reservamos o direito de suspender a moratória", afirmou Kulikov durante uma entrevista em Grozni.
Os russos querem prender, principalmente, Chamil Basaiev, que comandou o ataque. Ele se diz fiel ao líder separatista tchetcheno, Djokhar Dudaiev.
Basaiev está numa base nas montanhas a nordeste do país. Com ele, ficaram, por vontade própria, três jornalistas, que haviam sido tomados como "reféns voluntários" na fuga do comando guerrilheiro para a Tchetchênia.
Dudaiev nega ter ligação com o ataque de Budennovsk. Antes da crise, porém, ele havia dito que a guerra na Tchetchênia tomaria outros rumos. As tropas russas ocupam as principais cidades da república.
Assusta os russos a possibilidade de ataques terroristas e de os tchetchenos iniciarem uma guerra de guerrilha, realizada nas montanhas e de difícil solução.
Ontem, o Ministério do Interior designou 15 mil homens para integrar uma força especial antiterror na capital do país, Moscou. Os homens ficarão por tempo indeterminado nas ruas da cidade.
A medida complementa uma série de ações contra eventuais ataques terroristas iniciadas na semana passada -que incluem patrulhas e revista de suspeitos.

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