São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 1995
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Cineasta sueco é homenageado em NY

MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma das maneiras de homenagear um dos mais caros cidadãos suecos é ir já a Nova York. Até o dia 1º de setembro acontece na cidade o ``Festival Bergman", que tem como tema a obra do cineasta Ingmar Bergman, 77.
Estão programados uma série de palestras, peças e uma retrospectiva dedicada ao diretor, que se tornou uma espécie de marca de seu país. E da própria idéia de um cinema de autor.
Apesar de ter abandonado o cinema no início da década de 80 (seu último filme foi ``Fanny e Alexandre"), Bergman acabou incorporando no imaginário do público uma Suécia extremamente gélida e cerebral.
Um lugar dominado pela neve, casamentos em crise e dramas familiares de toda ordem, quase sempre regidos por meio da psicanálise.
Obras-primas
Suas primeiras obras-primas datam dos anos 50, como ``Mônica e o Desejo" (1952), ``Noites de Circo" (1953) e aquela que muitos consideram sua obra máxima: ``O Sétimo Selo" (1956).
Esse filme retrata o duelo entre um cavaleiro e a morte em um tabuleiro de xadrez.
A religiosidade e a morte retornariam como tema em mais dois filmes do diretor: ``Morangos Silvestres" (1957) e ``O Rosto" (1958).
Os anos 50 marcam também um fato inusitado na biografia do diretor: Bergman dirige uma série de comerciais para a campanha do sabonete Sunlight and Gibons. Algo bem distante da educação quase monástica que recebeu.
Ingmar Bergman nasceu em 1918, na cidade de Uppsala. Seu pai era pastor da igreja luterana do Estado (88% da população do país segue a religião luterana).
Família
Em seus relatos autobiográficos, o diretor sueco credita ao seu ambiente familiar, onde se proibia a manifestação dos sentimentos, parte da atmosfera austera de seus filmes.
Na visão que tem de sua família, seu pai se comportava como um tirano que tinha como reino o próprio lar.
Nas décadas que sucederam a de 50, Bergman produziu uma série de grandes trabalhos: ``Persona" (1966), ``Gritos e Sussurros" (1973) e ``Cenas de um Casamento" (1974).
Teatro
Depois de rodar o filme ``Fanny e Alexandre", Bergman abandona o cinema e retorna ao que ele mesmo considera uma arte maior: o teatro.
Uma de suas mais recentes montagens foi ``Um Conto de Inverno", peça escrita pelo dramaturgo e poeta inglês William Shakespeare (1564-1616).

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