São Paulo, sábado, 24 de junho de 1995
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Influências são recíprocas

DA REDAÇÃO

O vaivém arte-moda não é recente. Um de seus momentos mais intensos é o surrealismo, que traz o nome da estilista Elsa Schiaparelli (1890-1973). Em 37 Jean Cocteau (1889-1963) elaborou com ela desenhos como a de uma aplicação dourada que reproduzia o cabelo de uma mulher no ombro.
Mas foi Dalí (1904-1989) quem criou para Schiaparelli o chapéu em forma de sapato e o tecido para o ``vestido-lágrima", todo furado.
Dentre os estilistas, Saint Laurent fez em 65 um vestido inspirado na geometria de Mondrian (1872-1944) e, em 88, usou como inspiração um pássaro de Braque (1882-1963) combinado a um violão no fragmentado estilo cubista. Em sua coleção de alta-costura 79/80, homenageou Picasso (1881-1973) e, em 89, lembrou a palheta pastel de Boticelli (1445-1510). YSL reproduziu também a famosa blusa romena da tela de 1940 de Matisse (1869-1954).
Matisse foi usado também pelo norte-americano Bill Blass em 88, com um desenho de canário reproduzido nas costas de um casaco.
Também nos anos 80, Lacroix já se inspirava em Velázquez, reproduzindo o vestido da ``Santa Elizabeth de Portugal" (1630-35).
Gaultier usou como estamparia de ternos femininos os grafismos do americano Jackson Pollock (1912-1956), enquanto Calvin Klein fotografou a própria Georgia O'Keefe (1887-1986), em registro do fotógrafo Bruce Weber.
Em seu desfile em março, Ocimar Versolato lembrou as cores sóbrias de Whistler (1834-1903).

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