São Paulo, sábado, 24 de junho de 1995
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Norman Lamont é possível opositor de Major

OTÁVIO DIAS
DE LONDRES

Desde 1993, quando John Major o dispensou da função de chanceler em seu gabinete, o conservador Norman Lamont aguarda o momento de desafiar seu aliado.
Ontem, pressionado por colegas de partido a não se apresentar como adversário do primeiro-ministro, o ex-chanceler recusou-se a abandonar de antemão a disputa.
No entanto, ele não confirmou se se apresentará para a eleição de 4 de julho próximo. Sua candidatura dependerá dos resultados de uma articulação política com o grupo dos ``eurocéticos", o que deve acontecer no fim-de-semana.
Ontem, Lamont publicou um artigo no jornal ``The Times" em defesa da imediata exclusão do Reino Unido do processo de união monetária da Europa.
Segundo ele, Major não tem uma posição clara sobre a questão. ``O Partido Conservador precisa firmar uma posição de rejeição à moeda comum se quiser ganhar as próximas eleições", afirma.
As eleições gerais devem acontecer em 1997, e os conservadores estão, em média, 40 pontos percentuais atrás do Partido Trabalhista, liderado por Tony Blair.
No último dia 11, por ocasião do lançamento do segundo volume de sua biografia, a ex-premiê Margaret Thatcher, também criticou as posições de Major sobre a UE.
Os outros conservadores com chances -Michael Heseltine, ministro da Indústria e Comércio, e Michael Portillo, ministro do Trabalho- integram o gabinete de Major. Eles anunciaram ontem que não vão concorrer, pelo menos no primeiro turno.
Para vencer a disputa no próximo dia 4, Major terá de conquistar metade dos votos (164, se todos os conservadores votarem) mais 15% de votos sobre seus adversários.
Se não liquidar a eleição no primeiro turno, terá de enfrentar um segundo ``round", em data a ser marcada. Acredita-se, no entanto, que o premiê desistirá se sua liderança for fortemente contestada.
Especula-se que, se cem parlamentares votarem contra Major ou se abstiverem, ele abandonará a disputa e renunciará ao cargo de primeiro-ministro.
(OD)

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