São Paulo, domingo, 25 de junho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

USP abriga `cursinho negro'

DA REPORTAGEM LOCAL

A Universidade de São Paulo tem cerca de 50 mil estudantes. O número de negros entre eles não chega a 2%. É lá que funciona um cursinho vestibular para negros, patrocinado pelo Núcleo de Consciência Negra.
A estudante Generosa Maria de Souza Lima, 19, trabalha de dia e estuda à noite. ``O curso me caiu do céu.", diz. Ela quer ser antropóloga. Imagina-se visitando tribos e estudando o comportamento das pessoas.
Rosemeire dos Santos, 25, terminou um curso técnico de contabilidade quatro anos atrás mas só conseguiu emprego de doméstica. Rosemeire quer ser advogada pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco.
Marisa Mateus dos Santos fez um curso de enfermagem e esperou os filhos crescerem para terminar o segundo grau. Sete anos depois, decidiu fazer um cursinho e tentar o vestibular. Quer fazer direito, na USP.
Como muitas mulheres negras, Marisa é chefe de família. Separou-se quando os filhos ainda eram pequenos. Ela tem planos para os próximos anos: vai se aposentar da prefeitura daqui a cinco anos, quando estará terminando a faculdade, imagina. ``Vou poder advogar em tempo integral", afirma.

Texto Anterior: 55% dos negros querem reserva de vagas
Próximo Texto: Negros de sucesso contam como é ser `único'
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.