São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 1995 |
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Massa gay não está preocupada com a causa
ERIKA PALOMINO
Tudo bem, os encontros do Rio Palace aconteceram de fato, organização OK, com seriedade e penetração na mídia. Mas a massa de ontem estava longe de mobilizar a atenção da maioria -as boates e a praia em frente ao Posto 9 estavam mais concorridas. Ou talvez o Fla-Flu tenha esvaziado o evento. Brincadeiras à parte, tudo isso pode sugerir que, ao menos agora, ninguém quer sair do closet. O que não significa que a onda levantada com o encontro tenha sido em vão. Os resultados aparecem dos lados menos esperados. Na passeata, uma moça tinha a palavra simpatizante escrita no corpo; a ``ala das mães" era a mais aplaudida; um bailarino dançava solitário e de peito nu, dando saltos e piruetas. Uma surpresa: O maior grupo da massa -maior do que o de qualquer organização política- veio da Boite 1140, um clube noturno em Jacarepaguá com lotações que chegam a 4.000 pessoas. Mais resultados informais: o superdemocrático ``namoródromo" improvisado no mezanino da festa Val-Demente de sábado, a comemoração oficial da Ilga. Lado a lado estavam casais de homem com homem, homem com mulher, mulher com mulher. Isso numa festa de 2.000 pessoas que teve até Vera Fischer e Cristiane Torloni. Parece que, por hora, ninguém quer mesmo ``assumir" nada. Tanto que era concorridíssima a calçada da avenida Atlântica, povoada por aqueles que acompanhavam a passeata ao lado dela. Ainda não é servido e articulado como em Nova York, mas que está todo mundo à vontade, isso está. Texto Anterior: Marcha leva 2.000 a Copacabana Próximo Texto: Desfile gay reúne 200 mil Índice |
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