São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 1995
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Parlamentares têm empréstimos

DANIEL BRAMATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O IPC (Instituto de Previdência dos Congressistas) emprestou R$ 4,6 milhões a 291 deputados e 22 senadores desde o início do ano. Os débitos, parcelados em 12 meses, são corrigidos pela poupança mais 0,5% ao mês -taxa inferior aos juros de mercado.
O negócio é tão atraente que praticamente todos os parlamentares fizeram empréstimos no valor máximo permitido (R$ 15 mil). Segundo o diretor-executivo do IPC, Afrísio Vieira Lima Filho, há estudos para ampliar o limite para R$ 20 mil.
O IPC também está financiando a compra de carros para deputados e senadores, com as mesmas taxas dos empréstimos.
O diretor-executivo disse ontem que não estavam disponíveis dados atualizados sobre o número de carros financiados. Em fevereiro, quando os financiamentos foram temporariamente suspensos, havia 200 congressistas na fila de espera.
Para manter o instituto, parlamentares e servidores do Congresso contribuem mensalmente com 10% de seus salários. A maior parte das verbas, porém, vem dos cofres públicos: para cada real descontado dos segurados, o Congresso deposita outros dois no fundo.
Se dependesse apenas dos descontos em folha, o IPC já estaria quebrado -nem sequer teria recursos para pagar as pensões de ex-congressistas e ex-servidores.
Deputados e senadores podem requerer aposentadoria com apenas oito anos de contribuição (desde que tenham idade superior a 50 anos). O valor do benefício é proporcional ao tempo de contribuição. Com oito anos de contribuição, os parlamentares têm direito a 26% do salário (R$ 2.080).

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