São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 1995
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Morte precipitou abertura

DA REPORTAGEM LOCAL

O metalúrgico Manoel Fiel Filho morreu em São Paulo entre 16 e 17 de janeiro de 1976.
Fiel, então com 49 anos, trabalhava na seção de prensas da indústria Metalarte. Ao meio-dia de 16 de janeiro, sexta-feira, ele foi detido na empresa sob acusação de distribuir o jornal ``Voz Operária", do então clandestino Partido Comunista Brasileiro (PCB).
O operário foi levado por dois policiais até sua casa, em Sapopemba (zona leste), que foi então vasculhada.
Depois foi conduzido para o DOI-Codi. Na tarde do dia 17, o Exército emitiu nota dizendo que Fiel fora ``encontrado morto em sua cela". Oficialmente, Fiel teria cometido suicídio, um auto-estrangulamento com suas próprias meias.
Logo após a morte de Fiel, com o processo de abertura política em andamento, o general Ernesto Geisel, então presidente, exonerou o então comandante do 2º Exército, general Ednardo D'Ávila Mello.
A família entrou na Justiça pedindo reparação. Em dezembro de 1980, a 5ª Vara da Justiça Federal de São Paulo determinou o pagamento de indenização. Em 1987, a sentença foi confirmada pelo então Tribunal Federal de Recursos. A União voltou a recorrer.
A viúva, Thereza de Lourdes, tem hoje 61 anos. Se a União recorrer de novo, sua espera -que já dura 19 anos- pode se estender por outros cinco anos.

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