São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 1995
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Derrota faz PT buscar salto de qualidade

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PT e as forças de esquerda sofreram uma ``séria derrota" do governo ``neoliberal" de Fernando Henrique Cardoso com a aprovação na Câmara dos Deputados das primeiras emendas constitucionais.
A avaliação, elaborada por Marco Aurélio Garcia, da Executiva Nacional, foi discutida ontem em reunião da direção petista com as bancadas na Câmara e no Senado.
Garcia escreveu no documento ``A situação atual e as perspectivas do PT e das esquerdas" que o governo venceu ao apresentar as esquerdas como ``despreparadas", ``arcaicas" e ``revanchistas", ``não entendendo ou não querendo dar os passos necessários para ingressar na modernidade".
No encontro, o presidente do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, discordou da avaliação. ``O PT só perdeu para quem achava que ele iria ganhar na Câmara, onde o governo praticou a política do é dando que se recebe", disse.
O secretário geral do partido, Gilberto Carvalho, afirmou que as derrotas levam à necessidade de se reavaliar a atuação partidária.
``Este governo exige um salto de qualidade do partido", disse o secretário do PT. Ele espera que o salto comece com a substituição de Lula na presidência, em agosto. Lula disse que não quer permanecer no cargo, mas reconheceu que, por enquanto, não há candidatos.
Participação
Para o segundo semestre, Lula anunciou que o PT vai apresentar no Senado alternativas às emendas aprovadas na Câmara.
Ele acha que haverá uma ``briga titânica" quando começar a ser discutida a regulamentação de emendas polêmicas aprovadas, como a quebra dos monopólios do petróleo e das telecomunicações.
Segundo ele, o PT também vai às ruas para mostrar os fracassos do Plano Real.

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