São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 1995 |
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Polícia Federal exonera superintendente
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA A direção da PF (Polícia Federal) em Brasília abriu inquérito para apurar a participação do ex-superintendente da Polícia Federal no Rio Eleutério Ferreira Parracho em um suposto caso de extorsão contra brasileiros que teriam contas ilegais para remessa de dólares ao exterior.A extorsão teria acontecido em outubro do ano passado. Parracho foi exonerado do cargo, continua exercendo a função de delegado e será substituído pelo atual coordenador regional, Jairo Kullman. O diretor-geral da PF, Vicente Chelotti, disse ontem que ``ele (Parracho) pode ter se omitido na investigação do caso de extorsão". A Folha apurou que o ministro Nelson Jobim (Justiça) pediu o afastamento de Parracho por considerar ``omissa" a postura do ex-superintendente no caso. Parracho foi nomeado para o cargo neste ano pelo próprio diretor-geral. A PF é diretamente subordinada ao Ministério da Justiça. Segundo o diretor da PF, o afastamento de Parracho ``não tem qualquer ligação com as investigações nas alfândegas dos aeroportos do Rio (Galeão) e São Paulo (Cumbica)". O governo investiga aeroportos brasileiros que estariam incluídos em rotas de tráfico de armas e drogas e onde haveria ação de grupos de funcionários que cobrariam propinas para liberar mercadorias. Chelotti tentou ontem explicar o caso que envolveria Parracho sem oferecer qualquer detalhe. Sua versão, em quatro etapas, é: 1) Em outubro do ano passado, a PF do Rio teria conseguido uma lista com 2.000 nomes de brasileiros que teriam contas ilegais em uma agência de Nova York (EUA) de um banco israelense; 2) Pessoas que se identificavam como policiais federais teriam passado a exigir dinheiro dos correntistas em troca de encerrar as investigações sobre o caso; 3) O próprio banco israelense teria assumido o comando da barganha oferecendo US$ 1 milhão para que ``autoridades" da polícia mantivessem sigilo; 4) Finalmente, o banco teria dobrado sua oferta e por US$ 2 milhões teria conseguido silenciar a polícia. Chelotti disse que o fato foi considerado muito grave e decidiu pela demissão do superintendente do Rio. Disse que, agora, um delegado isento vai apurar o envolvimento de policiais no caso. Texto Anterior: Os meios e os fins Próximo Texto: Parracho não faz comentário Índice |
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