São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 1995
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Era uma vez, em 1975...

THALES DE MENEZES

Em 1975 foi até engraçado. Ganhou Arthur Ashe. Eu nem sabia quem era, só conhecia o cara de nome, nem sabia que era negro.
Um amigo tinha aquela raquete Head Arthur Ashe Competition 2, feita de boro (que raio é isso?). Nunca gostei da raquete, parecia que ia quebrar na mão da gente.
No ano seguinte, apareceu Bjorn Borg. O sueco tinha jogado antes no Ibirapuera. Na verdade, o que marcou sua primeira passagem no Brasil foi a camiseta vermelhona que usava. Virou moda.
Mas aí o Borg ganhou. E repetiu a dose em 77. Nesse ano, ninguém acreditou que o pivete John McEnroe tivesse chegado até as semifinais. O cara tinha jogado Banana Bowl em Santos, meses antes. Ou será que foi em 76?
E só dava Borg. Tetracampeão em 79, fez no ano seguinte uma final memorável com o mesmo McEnroe, que tinha deixado de ser surpresa há muito tempo e já era o número dois do mundo.
Deu Borg em 80, no pentacampeonato que entrou para a história. Mas em 81 o Big Mac deu o troco, em outra partida inesquecível.
Em 82, Borg e McEnroe deram vez ao velho Connors, que mostrou que ainda tinha lenha para queimar e levou seu segundo título no torneio. O primeiro tinha sido em 74, mas essa final eu não vi.
Aí McEnroe papou dois troféus seguidos, 83 e 84, e convenceu muito gente de que era o melhor tenista de todos os tempos.
Então veio a era Becker. O mais jovem campeão de Wimbledon em 85 e o mais jovem bicampeão em 86. O sujeito voava na quadra, mergulhando na grama na desesperada tentativa de volear. Virou ídolo da garotada na hora.
O ano de 87 marcou uma zebraça no All England Lawn Tennis Club. O australiano Pat Cash chegou a um título inédito, que se tornou o único momento de grande brilho na carreira de um tenista perseguido pelas contusões.
Cash era legal, dizem até que namorou a princesa Diana, sei lá. Mas no ano seguinte foi a vez do bom moço Stefan Edberg. Educadíssimo, sempre simpático, era o queridinho das idosas senhoras inglesas nas arquibancadas.
Becker voltou a ganhar em 89, mas perdeu em 90 para Edberg, o que fez as velhinhas vibrarem.
Em 91 deu Michael Stich, que até hoje está tentando voltar a jogar daquele jeito. Surpresa grande foi em 92, quando Agassi conseguiu superar o saque de Ivanisevic.
Aí começou a era Sampras, que ganhou em 93, 94, 95... Ops! Ainda não. Mas falta pouco.

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