São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sai cronograma de uso comercial da rede

MARIA ERCILIA
DA REPORTAGEM LOCAL

O cronograma do lançamento do acesso comercial à rede mundial de computadores Internet foi divulgado na semana passada por Tadao Takahashi, coordenador-geral da RNP (Rede Nacional de Pesquisas).
A RNP é a instituição federal responsável pelo acesso das universidades e do sistema de Ciência e Tecnologia brasileiros à Internet desde 1990. A organização está se reestruturando para lançar uma rede de acesso comercial à Internet.
Essa rede servirá somente a empresas interessadas em ser provedoras de acesso à Internet. O serviço ao usuário final fica a cargo da iniciativa privada.
Os preços para a utilização do backbone (tronco principal) da RNP por provedores de acesso serão publicados no dia 3 de julho, mas Takahashi já apresentou as propostas que devem ser homologadas pelo comitê gestor da rede federal (leia quadro ao lado).
Os nove nomes que compõem o comitê devem ser anunciados nesta semana.
Guia do empreendedor
A partir de 3 de julho, estarão também disponíveis para empresas interessadas um guia do empreendedor na Internet, com os passos necessários para se tornar provedor de acesso à rede, e uma planilha básica de custos.
Será lançado também um documento, de quatro páginas, com tendências em negócios para a Internet.
Ainda no dia 3, entra em operação um centro de atendimento telefônico para prestar informações aos interessados, com sede no Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas), no Rio de Janeiro.
Redes municipais
A RNP planeja também instalar "freenets" em quatro cidades brasileiras (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília).
"Freenet" é uma rede municipal que pode ser utilizada de graça para acesso a informações dentro da cidade.
O usuário pode ter um endereço para correio eletrônico e participar de algumas conferências de discussão. Serviços mais sofisticados, que exijam tráfego de informação para fora da cidade, são cobrados.
Segundo Takahashi, a idéia é utilizar essas redes como mecanismo regulador, para evitar que um pequeno grupo de empresas tome conta do mercado de acesso à Internet e eleve excessivamente os preços.
"Podem-se colocar mais serviços na `freenet', a preços mais baixos, sempre que necessário, afirmou ele. "Vamos fazer uma espécie de dumping social seletivo."
Senhas de acesso
Na segunda quinzena de julho, a RNP pretende fornecer contas (senhas de acesso e espaço em computadores da rede) a interessados em operar como provedores de acesso.
Assim, os usuários terão acesso a listas de discussão de problemas técnicos, divulgação de seminários etc., para se prepararem.
Em agosto, a RNP pretende iniciar um programa de capacitação técnica para operação da Internet, para 200 profissionais.
Segundo Takahashi, em meados de agosto serão instalados os equipamentos e linhas para ampliação da rede.
Deus, Buda e Alá
O plano da RNP é constituir também uma equipe de voluntários, o Grupo de Engenharia de Redes, nos moldes do IETF (Internet Engineering Task Force) norte-americano. Esse grupo deve trabalhar em padrões, especificações e problemas técnicos da rede brasileira.
Em outubro, segundo Takahashi, "com a ajuda de Deus, Buda e Alá, a coisa começa para valer".

O Centro de Informações sobre acesso ao backbone da RNP começa a funcionar no dia 3 de julho nos tels. (021) 274-7445 e (021) 537-1652

Texto Anterior: Computador traz novas opções para a arte
Próximo Texto: Banco será provedor de acesso
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.