São Paulo, quarta-feira, 5 de julho de 1995 |
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Família é encontrada morta em casa
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
A polícia suspeita que a causa das mortes tenha sido envenenamento. O delegado Paulo Rogério Grillo, 32, que investiga o caso, disse não saber se o envenenamento teria sido intencional ou não. Após fazer a necropsia (exame de cadáver) em Cláudio da Silva Ribeiro -o pai-, o médico-legista José Inácio Costa disse, que havia indícios clínicos de ingestão de estricnina (substância venenosa). Os indícios eram hemorragia nasal e vômito. Os corpos de Ribeiro, 28, e de sua mulher, Vera Lúcia Barcelos da Silveira, 27, foram encontrados na cama, ao lado dos filhos mais mais novos do casal, Saimon, 4, e Alisson, 2. O filho mais velho, Glauco, 7, estava no outro quarto da casa, localizada no bairro Areal, de classe média baixa, na zona norte da cidade. Conforme a polícia, o corpo de Ribeiro estava em estado mais avançado de putrefação, o que indicaria que ele teria sido o primeiro a morrer. A polícia disse acreditar que as mortes ocorreram no sábado passado. O delegado declarou que havia sinais de vômito no rosto e no peito das cinco pessoas. Eles teriam comido hambúrguer com queijo na madrugada de sábado. A polícia não sabia quantos lanches Ribeiro comprou em um trailer no bairro. A compra do lanche foi informada à polícia por um irmão de Ribeiro, que mora com a mãe em uma casa contígua à da família morta. O irmão e a mãe passaram o dia de sábado fora, trabalhando, e, por isso, não teriam notado a falta de movimento do casal e dos três filhos na casa. No domingo, o irmão e a mãe não desconfiaram da ausência da família de Ribeiro, porque teriam pensado que eles tinham saído para passear. Ontem, intrigados com o desaparecimento, segundo a polícia, resolveram avisar a Polícia Militar. Os PMs entraram na casa e encontraram os corpos. Conforme a polícia, Ribeiro era funcionário de uma empresa de cerâmica e, apesar de assalariado e pobre, não vivia uma situação econômica que pudesse levá-lo a matar a família e a se suicidar. O delegado disse que o material recolhido na necropsia seria remetido hoje para exame mais detalhado do IML (Instituto Médico Legal) de Porto Alegre. A polícia pretende ouvir depoimentos de parentes, vizinhos e amigos durante a investigação. ``É um caso complicado", afirmou o delegado, que disse ter ficado ``chocado" ao ver o casal e os três filhos mortos na casa. Texto Anterior: Jobim deve receber plano de segurança; O NÚMERO; Salvador proíbe venda de arma de brinquedo; Segurança fere mulher e é preso em Maceió; Empregada diz que matou para roubar; Próximo Texto: Policial frustra assalto a banco Índice |
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