São Paulo, quarta-feira, 5 de julho de 1995
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Globo homenageia Lana, a fatal

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Com a morte de Lana Turner, na semana passada, "Irmãs Diabólicas -que estava programado para hoje- rodou. No lugar, entrou "Assim Estava Escrito (Globo, 1h30). Por uma vez, a troca não é uma catástrofe. E, no fim, vale a homenagem a Lana Turner, atriz que está no perfeito compasso do filme.
Turner não foi uma atriz de primeira. Mas foi uma personalidade. Nos filmes, era uma mulher com frequência fatal, aos homens que a circundavam e a si mesma.
Na sua vida pessoal, as coisas não eram muito diferentes. É a atriz certa para "Assim Estava Escrito, que a princípio pode ser descrito como um filmes sobre bastidores de Hollywood.
Ali está um velho produtor tentando voltar à ativa, a seus melhores dias. Ele convoca para isso as pessoas com quem trabalhou e a quem patrocinou na profissão.
Como ele é um canalha, no primeiro momento só existem reticências. Depois, porém, trata-se de pensar no que ele tinha, além de defeitos.
Vincente Minnelli talvez seja o diretor que mais gosto demonstrou ao falar de Hollywood, dessa mistura meio perversa entre realidade e sonho. Encontrou o meio-termo entre os dois: não se trata de condenar ou defender alguém ou esse sistema, mas de compreendê-lo.
O filme corre solto. A câmera corre solta, barroca, exuberante. E, no meio de tudo, ali está Lana Turner, fascinante: um tanto morta, um tanto sinistra, características que conviviam com uma plástica de robustez absurda. Tudo se funde para um filme agradabilíssimo.
(IA)

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