São Paulo, quinta-feira, 6 de julho de 1995
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BB contrata empresa sem fazer licitação

DBM vai receber R$ 2 bilhões para prestar consultoria

GUSTAVO KRIEGER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Erramos: 28/09/95
Diferentemente do que foi publicado à pág. 1-5 ( Brasil) da edição de 6/7, a DBM vai receber R$ 2 milhões para prestar consultoria ao Banco do Brasil.
O Banco do Brasil contratou sem concorrência pública a empresa de consultoria DBM -Drake Beam Morin. A empresa vai receber R$ 2 milhões para dar consultoria ao projeto de demissões voluntárias implementadas pelo BB.
O objetivo do programa de demissões voluntárias é diminuir as despesas do banco. A assessoria deve durar três meses, entre 23 de junho e 30 de setembro. Segundo o BB, a DBM vai transferir ao banco ``tecnologia em processos de demissão voluntária".
A dispensa de licitação é um procedimento previsto pela lei 8.666, que regula as concorrências públicas. O órgão público pode dispensar a concorrência se considerar que a contratada tem ``notória especialização" na área.
Cabe ao TCU (Tribunal de Contas da União), que fiscaliza os contratos públicos, decidir se a dispensa de licitação foi aplicada corretamente.
O projeto de demissão voluntária deve custar R$ 600 milhões ao BB. O objetivo é reduzir e modernizar sua estrutura administrativa.
A DBM não participou da elaboração do plano de demissões, que foi criado pela própria diretoria do BB. A consultoria da empresa deve se limitar à administração das dispensas e ao treinamento de funcionários do banco.
A diretoria do Banco do Brasil diz que não fez concorrência pública porque ``a DBM é a única empresa de consultoria do mercado brasileiro em condições de oferecer o conhecimento necessário neste tipo de programa".
Segundo a assessoria técnica do BB, o banco consultou ``diversas empresas" de consultoria antes de escolher a DBM, ``mas só ela ofereceu a qualidade necessária".
O BB vai oferecer vantagens aos servidores que aceitarem participar do programa de demissões voluntárias. O objetivo é desligar do quadro os servidores com mais de 12 anos de banco e que ganham os maiores salários.
O BB oferecerá a quem participar do programa uma indenização extra, proporcional ao tempo trabalhado.
Os servidores com até 15 anos de banco receberão 30% do salário mensal para cada ano trabalhado.
No caso dos funcionários que tem entre 16 e 20 anos de serviço, o percentual é de 50% do salário mensal para cada ano de trabalho. Quem tiver mais de 21 anos de serviço ganha um salário por ano trabalhado.
O banco vai criar Centros de Orientação de Carreira para preparar os demitidos na busca de um novo emprego.
A DMB via dar consultoria na organização e funcionamento destes centros.

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