São Paulo, quinta-feira, 6 de julho de 1995
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Malan condiciona resultados às reformas fiscal e do Estado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Pedro Malan (Fazenda) condicionou bons resultados na economia no próximo ano à aprovação da reforma fiscal e modernização do Estado no Congresso Nacional. Segundo ele, não há recessão no país e sim uma redução programada do ritmo de crescimento da economia.
Ele disse à RFTv (Reuters Financial Television), ontem, numa entrevista ao vivo, que o desafio do governo para o segundo semestre é continuar a batalha contra a inflação. ``Temos que desmantelar a parafernália de indexadores construída nas últimas três décadas", afirmou.
Para o ministro, a adoção de medidas radicais contra a indexação levaria o mercado a criar seus próprios índices.
Malan disse que o governo já vem reduzindo as taxas de juros, que ``passaram de 4,25% em março para cerca de 4% agora", seguindo uma tendência de gradual relaxamento da política monetária -juros e restrições ao crédito.
Ele explicou que a alta da inflação em julho era prevista por causa do aumento das tarifas de ônibus. Reafirmou que não há congelamento, mas que o governo quer ser consultado e convencido da necessidade dos aumentos.
``O governo está mudando de atitude em relação ao sistema antigo", quando a tendência, segundo ele, era atender às pressões de custos das empresas. Ele disse que o governo quer orientar os empresários a reduzirem custos e aumentarem a produtividade.
Malan declarou que espera uma safra agrícola recorde neste ano. Explicou que o governo fez acordo com os produtores para pagamento das dívidas.
Esta foi a primeira vez que o Brasil participou de uma entrevista da RFTv. O sistema, da Agência Reuters, atende especificamente o mercado financeiro. A entrevista foi transmitida para associados dos EUA, Europa Ocidental e Ásia.
O correspondente-chefe da agência no Brasil, Adrian Dickson, disse que o mercado queria conhecer o ministro. ``Ele inspira muita confiança", disse.

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