São Paulo, quinta-feira, 6 de julho de 1995
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ONU prevê crescimento médio de 3% para 96

Documento que sai hoje traz análise sobre Plano Real

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

A economia mundial tem crescido 3% ao ano, em média, nos últimos anos, segundo relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) intitulado ``Panorama Econômico e Social do Mundo", que será divulgado hoje em Nova York.
O documento dedica pouco mais de duas páginas ao Brasil, com o título ``O inovador ataque à inflação do Brasil", que destaca o fato de o país ter conseguido derrubar a inflação com um crescimento de 6% do PIB (Produto Interno Bruto, a soma dos bens e serviços produzidos em um ano por um país) em 1994.
O documento diz que, mundialmente, a renda per capita tem aumentado nos últimos 15 anos na maioria dos países e que o crescimento econômico médio de 3% ao ano deve continuar em 1996.
Segundo o documento, apenas 30% dos países tiveram queda no PIB em 1994. A ONU lamenta que o crescimento econômico não esteja trazendo, em igual proporção, aumento de emprego. ``O desemprego não está caindo rapidamente", diz o documento.

Plano Real
No parágrafo final da análise sobre o Plano Real, o documento da ONU diz que, mesmo com o crescimento dos preços abaixo de 2% em março passado, ``a inflação estava acelerando (em março) de acordo com todos os índices" (na realidade, o repique maior da inflação ocorrerá agora em julho, devido ao aumento de algumas tarifas públicas).
O documento encerra mostrando que ainda há o que resolver, como aprovar medidas permanentes de ajuste fiscal (tornar as despesas governamentais menores que as receitas) e outras reformas necessárias para conter a inflação, envolvendo as relações entre a União e os Estados, a fragilidade financeira dos bancos estaduais, o financiamento da Previdência Social e a privatização das empresas estatais. ``A batalha, portanto, continua."
A parte sobre o Brasil começa com um histórico da implementação do Plano Real, mostrando que a inflação caiu de 49% em junho de 1994 para 8% no mês seguinte.
Descreve a criação da URV (Unidade Real de Valor) como a transição do cruzeiro real para o real, cita os cortes no orçamento de 1994 e 1995, até chegar à implementação da nova moeda.
Lembra que a entrada em vigor do real não foi exatamente igual ao modelo teórico, pois a ``memória inflacionária" fez com que os primeiros índices do real estivessem ``carregados" pela inflação em cruzeiro real.
Cita, depois, a explosão de consumo e as medidas de desvalorização do real para tentar neutralizar o déficit da balança comercial.

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