São Paulo, quinta-feira, 6 de julho de 1995
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Frank James busca vingança

<UN->INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Os casos em que continuações valem mais do que a primeira parte são meio raros. Se a primeira parte é boa, então, é mais raro ainda.
É nesse compasso que estão "Jesse James", de Henry King (1939) e "A Volta de Frank James" (1940), que a Record exibe hoje às 13h15. O filme de Henry King é uma honesta descrição da vida criminal de Jesse James, que termina com o assassinato, à traição, por Bob Ford, um companheiro de gangue.
A ênfase vai para as injustiças sociais que forçam os irmãos James a optar pelo crime (e que são quase uma maneira de fazer justiça com as próprias mãos).
"A Volta de Frank James" pega embalo no filme anterior. O que faz a diferença entre os dois é a mão privilegiada de Fritz Lang (e subsidiariamente, o fato de Henry Fonda, que faz Frank, ser um ator mais interessante do que Tyrone Power, que fizera Jesse).
Aqui, Frank dedica-se à vingança. Até onde se sabe, essa vingança nunca aconteceu e não estava nas suas preocupações. Mas Fritz Lang gostava de trabalhar o que está nas bordas do humano, aquilo que está além de cada um de nós e, no entanto, nos constitui.
Lang estava à vontade tratando do linchamento (em ``Fúria"), ou da compulsão (em "M, o Vampiro de Dusseldorf"). Se os James já apareciam um pouco como justiceiros, no filme de Henry King, aqui trata-se de fazer justiça em causa própria, de transformar o sentimento em imperativo.
``Frank James" é um faroeste tão apaixonante quanto movido pela paixão.
(IA)

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