São Paulo, quinta-feira, 6 de julho de 1995
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``O Bem Amado" volta ao ar em agosto em formato de minissérie

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Primeira novela a cores do país e a primeira a ser exportada, ``O Bem Amado", com Paulo Gracindo, vai voltar ao ar, compactada em formato de minissérie.
Serão cerca de 40 capítulos, que deverão ir ao ar no início de agosto, às 22h30, editados pelo diretor de produção da Divisão Internacional da Rede Globo, Ubiratan Martins, 52.
Com texto de Dias Gomes e direção de Régis Cardoso, ``O Bem Amado" estreou na Globo em 24 de janeiro de 1973, se tornando um marco na história da teledramaturgia brasileira. Um dos destaques era a trilha sonora, composta especialmente por Toquinho e Vinicius de Moraes.
A reprise compactada atinge dois objetivos. Antes de tudo, será uma homenagem à carreira de Gracindo, que, adoentado, não trabalha mais.
Servirá também para ocupar um espaço na programação das minisséries da Globo, aberto com a decisão da emissora de não mais produzir ``Mar Morto", baseada em livro de Jorge Amado.
Só não se definiu ainda se ``O Bem Amado" entra no ar antes da minissérie ``Decadência", com texto também de Gomes, que está em fase final de produção.
A volta de ``O Bem Amado" foi comemorada pelo especialista em novelas da Rede Globo Mauro Alencar, 33, que destaca o trabalho ``magistral" de Gracindo e a consolidação na década de 70, no horário das dez, de uma temática social brasileira.
Gracindo vive o prefeito Odorico Paraguaçu, da imaginária cidade baiana de Sucupira, que deseja a qualquer preço inaugurar um cemitério.
Ubiratan Martins participou da primeira edição da novela, que teve 177 capítulos. Agora, tem uma missão complicada pela frente.
Ao privilegiar as cenas em torno do prefeito Odorico, tem que retirar situações e personagens secundários sem que a história perca a sua ``espinha dorsal".
Além disso, tem esbarrado em dificuldades como fitas de vídeo já sem condições de uso. O telespectador poderá estranhar as cores berrantes da novela -fruto da antiga inexperiência com o novo sistema- e o ritmo mais lento das novelas dos anos 60/70.
Com ``O Bem Amado", voltam ao ar personagens inesquecíveis, como o Zeca Diabo, vivido por Lima Duarte, e as irmãs Cajazeiras (Ida Gomes, Dirce Migliaccio e Dorinha Durval).
O público terá também a oportunidade de assistir ao trabalho de Jardel Filho, já falecido, e da atriz Sandra Bréa, que estreava em novelas.

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