São Paulo, quinta-feira, 6 de julho de 1995
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Gerry Adams exige ação do Reino Unido

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O líder nacionalista irlandês Gerry Adams exigiu ontem que o Reino Unido tome medidas para salvar a paz na Irlanda do Norte.
Belfast, a capital norte-irlandesa, viveu nesta semana os maiores distúrbios de rua desde o início do diálogo entre o Reino Unido e os nacionalistas do Sinn Fein.
O Sinn Fein, liderado por Adams, defende a independência da Irlanda do Norte do Reino Unido e sua união à República da Irlanda, sua vizinha ao sul.
É o braço político da organização guerrilheira Exército Republicano Irlandês (IRA). Católico, o IRA decretou há dez meses um cessar-fogo em sua luta armada.
Guerrilheiros protestantes, que defendem a manutenção da Irlanda do Norte como parte do Reino Unido, também interromperam seus ataques, o que permitiu o início das negociações de paz.
Mas na segunda-feira a capital norte-irlandesa voltou a viver episódios de violência, depois que o Reino Unido libertou um soldado condenado pela morte de uma adolescente católica em 1990.
Ontem os moradores de redutos católicos da cidade viveram um novo dia de tensão. Temiam represálias dos protestantes após os protestos pela libertação do soldado.
O temor se espalhou de Belfast para outras cidades do país. Carros e caminhões queimados aguardavam remoção. Foram registrados 60 incidentes de violência.
Adams apareceu tentando acalmar a situação. Pediu a todas as facções em conflito que voltassem à mesa de negociação.
"Os acontecimentos dos últimos dias aprofundaram e alargaram o impasse", afirmou o líder nacionalista católico.
Adams responsabilizou o premiê britânico, John Major, pela retorno da crise à Irlanda. O Reino Unido se recusa a aceitar o Sinn Fein em negociações de alto nível até que o IRA deponha armas.
Opositores de Adams disseram que a violência foi orquestrada para pressionar o premiê britânico.

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