São Paulo, domingo, 9 de julho de 1995
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60% ficam doentes no início

ALESSANDRA BLANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

A depressão e a tristeza sofrida pela criança ao entrar na Febem faz com que pelo menos 60% passem por período de doenças que incluem diarréias, infecções respiratórias e desnutrição, diz o pediatra Clóvis Eduardo Gomes, 47.
Após alguns dias, o problema da depressão é agravado pela superpopulação da Febem. As crianças vivem em berços grudados uns aos outros e qualquer surto de doenças tem contágio rápido.
``Elas ocupam espaços muito pequenos, muitas ficam se balançando por bastante tempo dentro dos berços como única forma de auto-estimulação", diz.
As alergias aumentam devido à falta do leite materno, a higienização das roupas não é totalmente correta e há contato com insetos.
Segundo Gomes, poucas crianças têm doenças graves e o índice de mortes é de 16 por ano. ``Há 15 anos, morriam 16 por mês. A situação melhorou, mas a qualidade de vida não", diz.
Pesquisa da Folha revelou casos de malformação, hemorragia intracraniana, estrabismo, pneumopatia (doença pulmonar), microcefalia, hidrocefalia (acúmulo de líquido no crânio), problemas motores e sífilis. Algumas crianças são internadas para serem tratadas porque os pais não podem pagar o tratamento.
(ABl)

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