São Paulo, domingo, 9 de julho de 1995
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Decoradora diz que hora de separar é a mais difícil

ALESSANDRA BLANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

A decoradora Ailema Ribas, 40, trabalha há 13 anos como voluntária na Febem. Ela morava no Pacaembu, via sempre as crianças e achou que ``poderia ajudar a melhorar a vida delas".
Casada, com uma filha, Ailema conta que sofreu muito quando se separou da primeira criança que cuidou. ``É um dilema: você tem que se apegar ao bebê para ajudá-lo a se desenvolver, mas precisa também prepará-lo para sair dali", diz.
Ailema diz que, para ser voluntário, ``basta dar amor a essas crianças". ``Elas precisam de carinho individual", diz.
O professor de inglês Vasco da Costa Pinto Neto, 34, cuidou durante um ano de uma criança, que acabou adotada por um casal de italianos.
Ele decidiu trabalhar na Febem depois que seu filho morreu. ``Eu precisava pegar um bebê no colo de novo", diz Vasco.
O professor largou o trabalho na Febem depois que o menino que cuidava foi embora. ``Não me identifiquei com a chefia da instituição. O trabalho dos voluntários era muito pouco aproveitado. Tudo é muito regrado. Não há espaço para criatividade", diz ele.
(ABl)

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