São Paulo, domingo, 9 de julho de 1995
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Mudança altera a renegociação de dívidas

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os bancos consideraram ``oportuna e rápida" a decisão do governo de permitir que a TBF seja utilizada no processo de renegociação das dívidas.
A afirmação é do diretor da comissão de Operações Bancárias da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), Leocádio Geraldo Rocha.
Para ele, facilita ``a renegociação o fato de se poder utilizar como taxa de referência a TBF, que reflete, já que não tem redutor, o custo efetivo do dinheiro".
Rocha diz ainda que o uso da TBF facilita o alongamento dos prazos de pagamento, condição essencial da renegociação.
É que, para ele, a inadimplência cresceu porque, com as seguidas medidas de contenção de crédito e encurtamento dos prazos de pagamentos, as receitas de pessoas físicas e jurídicas sofreram um descompasso em relação às dividas assumidas.
Ou seja, as pessoas e empresas tinham renda para cumprir com seus compromissos, embora não tivessem o dinheiro disponível nos novos prazos estipulados.
O diretor da Febraban lembra ainda que a nova regra vai permitir que os bancos trabalhem ``casados".
``Casado", no jargão do mercado, significa usar o mesmo fator de correção e prazo, no caso a TBF, tanto na captação quanto na concessão de empréstimos.
Segundo a Folha apurou, um dos problemas que os bancos vinham enfrentando no último mês foi o ``descasamento".
É que os rumores de que a TR (Taxa Referencial) seria alterada ou extinta acabaram por provocar uma queda abrupta das aplicações corrigidas por essa taxa.
Como a renegociação vinha sendo feita em TR, os bancos ficaram ``descasados" e, portanto, passaram a assumir um risco adicional -o de a aplicação, que possibilitou a captação de recursos, acabar rendendo mais do que o pagamento dos empréstimos. (JCO)

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