São Paulo, domingo, 9 de julho de 1995
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Juro pode ter nova redução nos EUA

DANIELA FALCÃO
DE NOVA YORK

O desempenho da economia dos EUA durante o segundo trimestre de 95 será fundamental para determinar se o Fed (banco central norte-americano) promoverá novos cortes na taxa de juros.
Na quinta-feira, o Fed baixou os juros de curto prazo de 6% para 5,75%. Desde 1992, o banco não promovia cortes na taxa.
A decisão não chegou a surpreender os analistas, que já esperavam que o governo fizesse algo para evitar que a economia dos EUA entrasse em recessão.
A expectativa de setores do mercado era de que o corte fosse maior, chegando a 5,50%.
Indicadores econômicos dos primeiros três meses do ano mostraram que o crescimento econômico havia diminuído muito e as previsões para o segundo trimestre eram ainda mais sombrias.
Um dos motivos de o Fed ter promovido corte menor do que o esperado foi a crença do governo de que a recuperação da economia acontecerá até o fim do ano.
Se o desempenho melhorar já a partir de agora, ficará provada a teoria do governo de que a crise era temporária e que a volta do crescimento se dará com ou sem a ação do Fed.
Mas se os sinais de desaceleração no ritmo de crescimento continuarem fortes, os analistas acreditam que o Fed poderá voltar a baixar os juros em sua próxima reunião, que acontece em agosto.
``Muita gente achava que a nova taxa seria de 5,50%. O fato de o Fed ter optado por um corte menor significa que são grandes as chances de outra baixa. Pelo menos, esse tem sido o comportamento do banco recentemente", disse Audrey Freedman, consultora econômica de Nova York.
Já o presidente do Fed, Alan Greenspan, insiste na tese de que a economia vai bem, descartando a necessidade de uma interferência do banco. A baixa nos juros teve reflexo imediato na Bolsa de Valores de Nova York, que fechou a semana em alta.
Os bancos também reagiram rapidamente e cortaram suas taxas de juros para clientes preferenciais. Com isso, a expectativa é de que indústrias aumentem a produção e o consumo cresça.
Apesar de a decisão ter sido comemorada, alguns analistas temem que o país seja tomado por uma onda especulativa.
Isso aconteceria porque muitos investidores vão trocar as aplicações de renda fixa (cujos rendimentos caem com a baixa dos juros) por papéis de alto risco.

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